terça-feira, 29 de abril de 2008

Quem somos?

O Encanta Realejo surgiu no inicio de 2007, tendo realizado apresentações nas ruas de Paraty durante a FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty) e em espaços públicos como o Circo do Beco e Praça Roosevell, sendo a junção de dois grupos que a muito tempo já realizavam esporádicas parcerias, o grupo Encantadeiras ( Aline Reis, Inayara Samuel, Alessandra Vilhena e Leonardo Suave) e o grupo Aline Reis e o Realejo (Aline Reis, Teo Garfunkel, Yuri Garfunkel, Luis Fidalgo e Bruno Metriner).

A concepção do grupo “Encantadeiras” surge em 2004 através do canto de cinco mulheres, sobre efeitos percussivos simples, tendo como mote principal as composições em violão, voz e acordeom de Aline Reis, além de dança e literatura (poesia e contação de estórias) cerne do trabalho de Inayara Samuel. Em 2005 o grupo passou a ser composto somente por Aline Reis e Inayara Samuel, tornando-se a partir de então, um projeto artístico englobando pesquisa musical, dança contemporânea e poesia falada. Atualmente, Encantadeiras tomou um novo corpo, produz sons e ritmos variados, isso devido ao surgimento dos novos integrantes: Talita Del Collado (percussão e voz), Alessandra Vilhena (percussão, voz e flauta transversal), Leonardo Suave ( que além de percussionista e sociólogo, acrescenta ao grupo seu trabalho de pesquisa étnico-musical através do toque de instrumentos confeccionados por ele mesmo).

O grupo “Aline Reis e o Realejo” iniciou-se em dezembro de 2005, tendo como ponto de partida os poemas escritos e musicados por Aline Reis (voz, acordeom e violão) arranjados em seguida coletivamente pela banda em “jam sessions”. Os instrumentistas Lula Fidalgo (guitarra, viola e violão de 7 cordas), Bruno Mestriner (contra-baixo), Teo Garfunkel (bateria) e Yuri Garfunkel (flauta transversal) tocam juntos ou separadamente em bandas de diferentes estilos musicais, e são o ecletismo e o entrosamento adquiridos com esse processos que direcionam a parte instrumental da banda. O Realejo baseia-se em ritmos regionais brasileiros, misturando as influencias de jazz e psicodélia para alcançar um resultado musical que ilustre adequadamente os poemas de Aline.

Além de grupo artístico, O Encanta Realejo, com a ajuda do Programa para Valorização de Iniciativas Culturais, desenvolve o Projeto “Encantos Urbanos: A Margem da Memória”. Que tem como proposta resgatar questões relacionadas à nossa memória, pretendendo assim ser agentes para a valorização, reconhecimento e registro de manifestações artísticas alternativas em plena atividade na cidade de São Paulo.O trabalho de pesquisa surge quando o grupo se depara a realidade de serem um trabalho artístico que se enquadra nos meios alternativos independentes. Como preocupação, surgi à necessidade de fomentar e contribuir para um dialogo maior com a arte contemporânea: “Dêmodé?”. Dêmodé foi um Ensaio publicado na Revista “Não Funciona nº 15” do Coletivo Poesia Maloqueirista, retratando questões sobre arte alternativa contemporânea e sua memória. A publicação causou discussão suficiente para pensar-se em produzir um documentário, que por sinal, foi registrado no Sarau do Binho em novembro de 2007, tendo a primeira exibição no Instituto Authos Pagano em dezembro de 2007.

O grupo tem agenda comprometida de Maio a Dezembro de 2008. Dentre este período, acontecerão apresentações todos os meses com duas bandas diferentes, no qual será registrado em documentário as apresentações e a historia dessas bandas.


Aqui você escuta algumas músicas

http://www.myspace.com/oencantarealejo

sábado, 26 de abril de 2008

O Encanta Realejo na Virada Cultural


O Encanta Realejo dia 26/4/2008 às 19h no SARAU DO QUERÔ NA VIRADA CULTURAL

Casa da Cultura do Butantã - Rua junta misumoto,13, jd. Peri-Peri, Butantã

quinta-feira, 24 de abril de 2008

É nesta sexta, 25 / 04 no Sat Nights


"O Encanta Realejo" na Estréia da festa mais latina da América Latina!!!Ai, Caramba!!! é a festa com Musica latina, discotecagem latina, e muitas outras coisas latinas e que lembram coisas latinas!!!É nesta sexta, 25 / 04 no Sat Nights, um espaço muitíssimo legal e bem localizado (Alameda Itu, 1564 - Próximo à Rebouças)


É SIMPLESMENTE IMPERDIVEL!!!


Enviem quantos nomes quiser para lista de descontos para aicarambalatino@gmail.com


http://oencantarealejo.multiply.com/

Aqui você consegui visualizar fotos, vídeos e escutar algumas músicas:
http://oencantarealejo.multiply.com/

domingo, 20 de abril de 2008

Cobertura na TV Cultura

http://www.youtube.com/watch?v=KFP_8yas-bk

TV Cultura

Poesia maloqueirista e as Encantadeiras dão entrevista no programa "metrópolis" na TV Cultura.







DÉMODÊ?

Quem já ouviu falar nos “Cegos e o elefante”? Nos “Blusileiros”? Na “Botando Fogo”? Nos “Anticonstitucionais”? São coletivos musicais¹ que surgiram já algum tempo e que por algum motivo não existem mais. Mesmo tendo sobrevivido por um curto tempo, contribuíram o suficiente para a nossa memória, muito embora toda ela não esteja registrada. Muitos outros coletivos são alvos de abortos como estes, mas o que é preocupante, não é a sua mera fragmentação, uma vez que seus atores passam a articular outras manifestações que levam á formação de novos coletivos, o que de fato nos assusta, é que coletivos como estes não são sequer registrados e esta ausência de registro nos deixa sem rastro de memória. Será que somos uma cultura sem memória? Provavelmente esta ausência de memória deve potencializar o que conhecemos como indústria cultural. É por meio dela que entendemos e reconhecemos nossa cultura, tal como o futebol e o carnaval, que representam caricatamente nossa identidade nacional. Quais relações culturais explicaram nosso contexto daqui a cinqüenta anos? Serão as raras boas notícias que os jornais têm veiculado ultimamente? As novelas mexicanas? Há, já sei, a “Éguinha Pócotó”? Não que estas manifestações não consigam explicar nosso contexto histórico, mas o fazem no sentido do quanto o sistema capitalista predomina e nos engole cada vez mais.
Procurando muitas vezes se defender de uma distorção midiática, alguns coletivos tentam manter uma comunicação alternativa em contraposição a estes veículos de comunicação de massa. Mas mesmo assim, na maior parte das vezes, eles acabam sendo retratados por esses grandes veículos de comunicação de modo distorcido, capitalizado, sendo transformados em produto. Ou seja, coletivos que nascem de objetivos que não são capitalistas, muitas vezes acabam sendo vendidos como produto pela mídia.
A questão de quem e como vão registrar estes coletivos são outros tipos de preocupações. Assuntos que surgem à margem da indústria cultural viraram alvo da mídia. E o fato dela poder rotulá-los ao seu bel prazer é muito preocupante, pois o que a mídia entende, de fato, esta longe da real descrição de dada manifestação. Os tropicalistas, por exemplo, desdenharam um aspecto publicitário do movimento, sem preconceitos, interiorizam-se em sua produção, estabelecendo assim uma forma especifica de relacionamento com a indústria cultural. Sobre esta versão do nascimento do tropicalismo disse Gil:

Na verdade, eu não tinha nada na cabeça a respeito do tropicalismo. Então a imprensa inaugurou aquilo tudo com o nome de tropicalismo. E agente teve que aceitar, por que tava lá, de certa forma era aquilo mesmo, era coisa que agente não podia negar. Afinal, não era nada que viesse desmentir ou negar a nossa condição de artista, nossa posição, nosso pensamento, não era. Mas agente é posta em certas engrenagens e tem que responder por elas².

Durante décadas esta notável dinâmica histórica do registro foi esquecida e criticada pelas analises e interpretações teóricas. Alguns críticos e cronistas sensíveis a novidade cultural trataram de registrar, colecionar, formar arquivos e interpretações sobre as modernas manifestações populares. José Ramos Tinhorão, já na década de 70, foi um deles, tornando-se um dos mais importantes colecionadores, interpretes e historiadores da música popular brasileira³. Hoje em dia, com o avanço da tecnologia temos acesso a muitos materiais que são úteis na questão do registro: MP3, Mp4, Aipod, celulares sofisticados, todos eles acessíveis, parcelados em 10 vezes sem juros no cartão de crédito. Por mais que a tecnologia disponibilize tais meios, muitas vezes a idéia de registro ainda continua esquecida. É de se esperar que hoje em dia não seja muito diferente, ao contrario, há uma distração, só se registra o que dá R$dinheiro, “zelar patrimônio histórico é caretice”, essa sociedade moderna metida à alternativa pensa só no hoje e fode o amanhã dessa moçada que vem vindo ai.


1. Rotulo como coletivos todas as manifestações artísticas que se articula em grupos.

2. História da Música Popular Brasileira. São Paulo, Abril Cultural, 1971, fasc 30, p.10.

3. Jose Geraldo, op. cit. Orelha do livro: Os sons que vêm da rua, José Ramos Tinhorão.

* Este texto está publicado na Revista Não Funciona 15 dez./2007